![]() |
Foto: Tribunal de Justiça de SC. |
O uso da inteligência
artificial segue se espalhando por meio de iniciativas em nossa terrinha
brasileira. Uma das mais recentes divulgadas vem de Santa Catarina, onde o
Poder Judiciário apresentou um robô com IA que passa a integrar o time do
judiciário e que tem a capacidade de propor minutas de despachos, decisões e até
sentenças. A novidade foi apresentada pela Corregedoria-Geral de Justiça (CHJ).
Na verdade, o robô já
trabalhava na Justiça, consultando atestados de óbitos, endereços e sistemas do
Banco Central e do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), por exemplo. Como
trabalhou direitinho, foi promovido. A ideia, assim como em diversas outras investidas
em IA, é ganhar tempo, que nesse caso beneficia o cidadão, dando mais autonomia
e liberdade para os servidores e magistrados se dedicarem a tarefas de maior
complexidade.
Parte técnica
A partir de resultados
positivos obtidos com as iniciativas anteriores, o núcleo II da CGJ passou a
desenvolver uma rede neural apta a classificar um conjunto específico de
petições, no interesse de que, a partir da correta classificação, o trabalho de
inserção de minuta fosse feito por um robô, ficando para o usuário a tarefa de
conferência.
Essa nova ferramenta com
IA recebeu o nome de Robô Auxiliar. O juiz de direito Rafael Steffen da Luz
Fontes, coordenador do Núcleo II (Estudos, Planejamento e Projetos) da CGJ, explicou
que o projeto começou no meio do ano passado, na ideia de apoiar os vinte
gabinetes da Vara Estadual Bancária.
“Estamos dando um passo
seguro. Há os questionamentos éticos quando se fala em inteligência artificial,
mas temos a segurança de que é perfeitamente aplicável ao dia a dia do Poder
Judiciário. É a conclusão de uma primeira etapa entre muitas que hão de
vir", afirmou o magistrado.
O assessor correcional do
Núcleo II, Ramon Quadros, fez uma detalhada apresentação do processo que levou
à criação do novo robô. Trata-se de um algoritmo que usa a IA para a
classificação de textos e documentos, voltado também para a inserção de minutas
definidas previamente pelos gabinetes.
"Começamos com três
magistrados, e hoje já atuamos em 18 juízos. O resultado foi um aumento de
23,45% na produção média de despachos, e de 49,9% na produção de
sentenças", ressaltou.
E para quem usa, como foi
a experiência?
O juiz Rodrigo Tavares
Martins, coordenador da Unidade Estadual de Direito Bancário, falou sobre sua
experiência com o uso do robô de inteligência artificial.
"O avanço
progressivo da confiança da ferramenta nos permite dizer que hoje ela é segura
e confiável, com índice de acerto de mais de 99% nas minutas propostas. É uma
ferramenta que tem tudo para evoluir, é um marco", explicou.
"A IA é uma
realidade, está presente hoje em todos os meios. E no Poder Judiciário não é
diferente. O Robô Auxiliar já é uma grande ferramenta, e com certeza vai ser
ainda melhor no futuro, quando será adotado por mais magistrados e por mais
áreas", disse o presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina
(TJSC), desembargador Altamiro de Oliveira.
E que venham mais inciativas com inteligência artificial para que o serviço público de uma maneira geral fique cada vez mais eficiente para todos os cidadãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário