Com o fim da festa do rei
Momo (para a maioria), o brasileiro pode soltar a tradicional frase “o ano só
começa depois do Carnaval”. Então vamos de previsões de tendências de IA para
2024. Se em 2023 a inteligência artificial chegou às mãos do povo em geral (mas
ainda engatinhando), este ano promete ter foco em três áreas para a IA Generativa:
pequenos modelos de linguagem, IA multimodal e IA na ciência. Pelo menos é o
que diz a Microsoft, que é dona da OpenAI (criadora do ChatGPT) e vem investindo
pesado no desenvolvimento da inteligência artificial.
A empresa do doto
poderoso Bill Gates espera que nos próximos meses a IA se torne cada vez mais
acessível, diferenciada e integrada em tecnologias que melhorem tarefas do dia
a dia. E ainda poderão resolver problemas desafiadores. Será? Vamos à análise.
Pequenos modelos de
linguagem
Em 2023 houve a explosão
de modelos LLMs (Large Language Models), que são ChatGPT, Copilot, Gemini
(antigo Bard), e por aí vai. Só que esse tipo de ferramenta requer um hardware
potente, recursos que nem todo mundo tem para rodar em um computador, por
exemplo, quem dirá em um smartphone (apesar de já terem chegado ao mundo
mobile).
Com isso, a aposta pode
estar nos SLMs (Small Language Models), que são pequenos modelos de linguagem
que podem ser executados de forma off-line. Eles são grandes, com vários
bilhões de parâmetros – em contraste com centenas de bilhões de parâmetros nos
LLMs – mas são pequenos o suficiente para rodarem em um telefone.
“Pequenos modelos de
linguagem podem tornar a IA mais acessível devido ao seu tamanho e
acessibilidade”, diz Sebastien Bubeck, que lidera o grupo Machine Learning
Foundations na Microsoft Research. “Ao mesmo tempo, estamos descobrindo novas
maneiras de torná-los tão poderosos quanto os grandes modelos de linguagem”.
Ao contrário dos LLMs
treinados em grandes quantidades de dados da Internet, os modelos menores usam
dados de treinamento selecionados e de alta qualidade, com os pesquisadores
encontrando novos limites de tamanho e desempenho.
Inclusive, pesquisadores
da Microsoft já desenvolveram e lançaram dois SLMs: Phi e Orca, que, segundo a
empresa, apresentam desempenho tão bom ou melhor que grandes modelos de
linguagem em determinadas áreas.
IA multimodal
A maioria das IAs processa,
atualmente, apenas um tipo de dado: seja voz, texto, imagem, etc. A Microsoft aposta
na evolução da inteligência artificial generativa, com os modelos multimodais,
que podem compreender informações de diferentes tipos de dados. Isso torna
tecnologias como ferramentas de pesquisa e aplicativos de criatividade mais
poderosos e precisos.
Como exemplo você pode enviar
ao Copilot uma imagem ou escrever um comando em forma de texto, e ele pode te
responder também das duas formas, conforme a orientação do usuário. Outro
exemplo é o ChatGPT, que aceita seu áudio e tem voz para responder além do
formato textual.
“A multimodalidade tem o
poder de criar experiências mais humanas que podem aproveitar melhor a gama de
sentidos que usamos como humanos, como visão, fala e audição”, afirma Jennifer
Marsman, engenheira principal do Office of the Chief Technology Officer da
Microsoft, Kevin Scott.
IA na ciência
E como já falamos em artigos
anteriores, um caminho de grande potencial para uso da IA é o campo científico.
São inúmeras possibilidades e que ainda precisam ser melhor exploradas, para
que a população saia ganhando na prática. De acordo com a Microsoft, a IA pode
ajudar a acelerar descobertas científicas, com grande parte do trabalho
destinado a resolver problemas globais como as alterações climáticas, crises
energéticas e doenças.
Um exemplo da vida real
que a Microsoft apresenta é o uso de IA por pesquisadores da empresa para criar
melhores previsões meteorológicas, estimadores de carbono e outras ferramentas
para uma agricultura sustentável, fazendo com que as alterações do clima sejam
amenizadas e isso ajude os agricultores a trabalhar de forma mais eficiente.
Saindo do clima e
entrando no campo das doenças que mais matam (drástico demais?), os
pesquisadores também estão colaborando no maior modelo de IA baseado em imagens
do mundo para combater o câncer e estão utilizando IA avançada para encontrar
novos medicamentos para doenças infecciosas, além de novas moléculas para
medicamentos inovadores. Ou seja, o trabalho de tentativas e erros dos cientistas,
que poderiam levar anos, agora poderá, se assim for, precisar de apenas algumas
semanas ou meses.
“A inteligência
artificial está impulsionando uma revolução na descoberta científica”, afirma
Chris Bishop, diretor da equipe AI4Science da Microsoft Research. “Essa pode
acabar sendo a aplicação mais emocionante e, em última análise, a mais importante
da IA”.


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