Falamos outro dia sobre o
uso da inteligência artificial no futebol, citando a parceria entre o clube espanhol Sevilla e a IBM. E mais parcerias estão acontecendo, como a do clube
inglês Liverpool e a Google DeepMind. Os Reds (como é conhecido o time da
Premiere League) estão fazendo uso do TaticAI – um sistema completo de IA com
modelos preditivos e generativos combinados para analisar o que aconteceu em
peças anteriores e como fazer ajustes para tornar um resultado específico mais
provável.
Resumindo, o sistema pode
aconselhar treinadores em escanteios. É isso mesmo. As batidas de escanteio
(tiro de canto, etc.) têm alto potencial para gols, mas a elaboração de uma
rotina depende de uma mistura de intuição humana e design de jogo para
identificar padrões em equipes rivais e responder em tempo real.
E nessa que o TaticAI
entra. Ele pode fornecer aos especialistas insights táticos, particularmente em
chutes de canto, por meio de IA preditiva e generativa. Apesar da
disponibilidade limitada de dados “padrão-ouro” em escanteios, segundo a
Google, o TacticAI alcança resultados de última geração usando uma abordagem
geométrica de aprendizado profundo para ajudar a criar modelos mais
generalizáveis.
Parceria já tem três anos
A Google DeepMind já vem
estabelecendo parceria com o Liverpool há cerca de três anos, para promover a
IA para análise esportiva. O primeiro artigo da empresa, chamado de Plano de
Jogo, analisou porque a IA deve ser usada para auxiliar as táticas de futebol,
destacando exemplos como a análise de chutes de penalidade.
Em 2022, a gigante da
tecnologia desenvolveu o Imputador Gráfico, que mostrou como a IA pode ser
usada com um protótipo de um sistema preditivo para determinadas tarefas na
análise de futebol. O sistema podia prever os movimentos dos jogadores fora da
câmera quando não estavam disponíveis dados de rastreamento – caso contrário,
um clube teria de enviar um batedor para assistir ao jogo pessoalmente.
Avanço com o TaticAI
O avanço mais recente da
parceria foi a implementação do TaticAI, que permite que os treinadores
experimentem configurações alternativas de jogadores para cada rotina de
interesse e, em seguida, avaliem diretamente os possíveis resultados de tais
alternativas. O sistema foi construído para abordar três questões principais:
– Para uma determinada
configuração tática de escanteio, o que acontecerá? Por exemplo, quem é mais
provável de receber a bola, e haverá uma tentativa de chute?
– Uma vez que uma
configuração foi tocada, podemos entender o que aconteceu? Por exemplo, táticas
semelhantes funcionaram bem no passado?
– Como podemos ajustar as
táticas para fazer um resultado específico acontecer? Por exemplo, como os
jogadores defensores devem ser reposicionados para diminuir a probabilidade de
tentativas de chute?
E esperemos mais parcerias em prol do alto desempenho no futebol, já que o esporte tem valorizado o vigor físico, a resistência e velocidade e cada vez mais a parte tática, na qual a IA tem muito a colaborar. Na humilde opinião de quem vos fala, a arte do futebol perde um pouco com tantos números, dados e técnicas padronizadas. Sigamos para ver o que vem pela frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário