![]() |
Foto: Ricardo Stuckert/PR |
O presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou, nesta semana, da 2ª Reunião
Ordinária do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), no Palácio do
Planalto, com o tema “Os avanços da Inteligência Artificial (IA) no Brasil”. Na
ocasião, Lula, que preside o CCT, pediu para os conselheiros elaborarem uma
proposta de política de IA com o objetivo de tornar o Brasil competitivo na
área a nível mundial.
“O discurso não faz o
dinheiro, mas o projeto faz o dinheiro. Então aproveitem a inteligência humana
de vocês e façam uma proposta sobre essa questão da inteligência artificial e o
Brasil vai virar competitivo no mundo”, afirmou o presidente, durante o
encontro do órgão consultivo de assessoramento superior. “Se vocês tiverem
inteligência de fazer a proposta, eu terei a coragem da gente criar uma
política brasileira de inteligência artificial”.
Lula antecipou que deseja
apresentar ao mundo, durante seu discurso na abertura da 79ª Sessão da
Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, um projeto genuinamente
brasileiro de IA. “Então vamos colocar no papel o que vocês acham que pode ser
feito. O que vocês acham que o Brasil tem que fazer para ser detentor e se
apresentar ao mundo para que eu vá dia 23 de setembro fazer meu discurso na ONU
(Organização das Nações Unidas) e apresentar nossa proposta de inteligência
artificial? Vamos aceitar esse desafio e vamos nos tornar grandes, orgulhosos”.
O presidente do Brasil
relatou que o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, durante visita ao Palácio
do Planalto na quarta-feira (6/3), propôs que os dois governos desenvolvessem
um projeto conjunto de inteligência artificial. “Ele me fez uma proposta que eu
achei extremamente interessante, para que o Brasil e a Espanha fizessem uma
parceria para que a gente criasse uma inteligência artificial na nossa língua portuguesa
e espanhola”, disse.
“É possível sentar os
pensadores de ciência e tecnologia da Espanha junto com os nossos para a gente
imaginar uma coisa nova. Para não ficar a reboque, mais uma vez, dos
acontecimentos de outros países”, completou Lula.
COMPROMISSO — Em
entrevista à imprensa após o fim da reunião, a ministra da Ciência, Tecnologia
e Inovação e vice-presidenta do CCT, Luciana Santos, apontou que a pasta já
está revisando a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. “Precisamos
atualizar a nossa Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. E, ao mesmo
tempo, regulamentar. Existe uma lei tramitando no Senado, porque ao mesmo tempo
que a inteligência artificial é uma janela de oportunidades, ela também tem
riscos”, ponderou.
Luciana também ressaltou
que o Conselho vai elaborar um plano nacional de IA que leve em conta tanto a
parte tecnológica quanto a mão-de-obra humana. “O CCT vai apresentar um plano,
com metas e objetivos a serem alcançados em um determinado período. Desde o
investimento em equipamentos, supercomputadores que têm a capacidade de
assimilar e sistematizar um conjunto de base dados, até a capacitação humana
nesse processo. Porque nós temos que envolver especialistas em várias áreas do
conhecimento e que eles possam se habilitar ao domínio da ferramenta
tecnológica da Inteligência Artificial”, explicou.
EIXOS — Durante a reunião
desta quinta, especialistas abordaram quatro eixos temáticos vinculados à IA:
desafios para aumentar a capacidade digital e investimento em P&D do país;
oportunidades e riscos associados às aplicações de IA; impactos e oportunidades
da IA no mundo do trabalho; e Inteligência Artificial e a integridade da
informação.
Para tratar desses
assuntos, foram convidados os especialistas Virgílio Augusto Fernandes Almeida,
membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Nacional de Engenharia,
e professor titular do Departamento de Ciência da Computação da UFMG; Silvio
Romero de Lemos Meira, professor extraordinário da CESAR.school e professor
emérito do Centro de Informática da UFPE; Roseli Figaro, professora titular da
USP, membro do Conselho Gestor do INCTDSI/CNPq e diretora editorial da Revista
Comunicação Educação; e Laura Schertel, professora adjunta de Direito Civil na
UnB e no IDP, autora de "Privacidade, Proteção de Dados e Defesa do
Consumidor" (2014) e co-chair da sessão de Inteligência Artificial e Ética
do BRAGFOST (2020).
O CCT – O Conselho
Nacional de Ciência e Tecnologia foi reformulado pelo Decreto nº 11.474,
editado pelo presidente Lula em abril de 2023. Uma das ações dos primeiros 100
dias de governo, a reestruturação do CCT ampliou a participação de
representantes do governo e da sociedade civil e marcou a reativação do Pleno
do Conselho.
O decreto estabelece que
o CCT será composto por 34 membros e contará, além do presidente da República,
com a participação de 16 ministros de Estado, 8 membros entre produtores e
usuários de ciência e tecnologia e 9 representantes de entidades dos setores de
ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.
O CCT trabalha pela
reindustrialização do país tendo a ciência, tecnologia e inovação como um dos
eixos estruturantes do desenvolvimento nacional. Para tanto, tem como uma de
suas principais atribuições a formulação e a implementação da política nacional
de C, T & I.
Fonte: Planalto
Nenhum comentário:
Postar um comentário