A rede social preferida
dos jovens, o TikTok, anunciou nesta semana que vai começar a rotular, identificar
conteúdos gerados por inteligência artificial. Esse é um caminho que já havia
sido anunciado pela Meta (falamos disso aqui), por exemplo, e a
tendência é ser seguido por mais plataformas.
E para fazer isso, o
TikTok fechou parceria com a Coalition for Content Provenance and Authenticity
(C2PA), se tornando a primeira plataforma de compartilhamento de vídeos a
implementar sua tecnologia de Content Credentials (credenciais de conteúdo).
Adam Presser, líder de
Operações, Segurança e Confiança do TikTok, explica que essas credenciais
anexam “metadados” ao conteúdo, que podem ser usados para reconhecer e rotular
instantaneamente o que for gerado por inteligência artificial. Esse recurso
começou a ser implementado em imagens e vídeos, e chega em breve a conteúdos de
áudio.
“A inteligência
artificial possibilita oportunidades criativas impressionantes, mas pode
confundir ou enganar os espectadores se eles não souberem que o conteúdo foi
gerado artificialmente. A rotulagem ajuda a deixar esse contexto claro, e é por
isso que o TikTok vem implementando uma série de ferramentas. Em 2023, foi
criado o rótulo automático de conteúdo gerado com efeitos de IA no TikTok. Há
mais de um ano, também é exigido que os criadores rotulem o conteúdo produzido
com IA realista. Para facilitar esse processo, foi lançada uma ferramenta que
já foi usada por mais de 37 milhões de criadores desde o último trimestre de
2023”, disse Adam.
Nos próximos meses, o
TikTok vai começar a anexar Content Credentials ao conteúdo da plataforma, que
permanecerão nos metadados do conteúdo após o download. Isso significa que
qualquer pessoa poderá usar a ferramenta da C2PA para ajudar a identificar
conteúdos criados no TikTok com inteligência artificial e até mesmo saber
quando, onde e como o conteúdo foi criado ou editado. Outras plataformas que
adotarem a mesma tecnologia poderão rotulá-las automaticamente.
Promovendo a
alfabetização midiática
O TikTok também vai alfabetizar
(isso mesmo) os usuários sobre essa rotulagem. Segundo Adam Presser, embora
especialistas recomendem amplamente a rotulagem de conteúdo gerado por IA como
uma forma de apoiar a criação de conteúdo responsável, eles também alertam que
os rótulos podem causar confusão se os espectadores não tiverem contexto sobre
o que significam.
Adam explica ainda que é
por isso que o TikTok tem trabalhado com especialistas para desenvolver
campanhas de alfabetização na mídia que possam ajudar a comunidade da
plataforma a identificar e pensar criticamente sobre conteúdo gerado por
inteligência artificial e desinformação.
“Trabalhando com o
MediaWise, um programa do Poynter Institute, atualizaremos nossa página do
Centro de Segurança sobre desinformação com dicas que destacam ferramentas de
alfabetização midiática, ao mesmo tempo em que explicaremos como as ferramentas
TikTok, como os rótulos de conteúdo gerado por IA, podem contextualizar ainda
mais o conteúdo”, disse Adam.
O TikTok também vai
lançar uma campanha para aumentar a conscientização sobre a rotulagem de
inteligência artificial e conteúdos potencialmente enganosos gerados por ela,
com uma série de vídeos desenvolvidos com a orientação de especialistas da
WITNESS.
“Nossa ferramenta Teen
Fact-Checking Network tem construído um público com vídeos inovadores de
alfabetização midiática no TikTok desde 2019. Cinco anos depois, estamos
entusiasmados em capacitar ainda mais pessoas para diferenciaer o que são fatos
e o que é ficção online”, Alex Mahadevan, diretor do MediaWise.
E a galera
mal-intencionada, como faz?
Sabemos que o conteúdo
gerado por IA (assim como muita coisa na internet) pode ser usada para o bem e
para o mal. E não bastaria apenas rotular o conteúdo para saber se foi gerado
por IA. O TikTok alega que também está atento a esses riscos, e suas políticas proíbem
o conteúdo enganoso gerado por IA - seja ele rotulado ou não. Além disso, a
empresa informa que assinou um acordo com o setor este ano para combater o uso
de inteligência artificial enganosa nas eleições.
Vamos acompanhar e ver se o reduto de muitos jovens vai ser realmente um ambiente com menos fakenews e outras coisas prejudiciais à sociedade.
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