A Prefeitura de Goiânia
(GO), por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), está utilizando uma
ferramenta de Inteligência Artificial (IA) para identificar doenças cardiovasculares
graves, como acidente cardiovascular cerebral (AVC) e infarto. Com o auxílio da
ferramenta, a Saúde está identificando pacientes com mais de 60% de chances de
desenvolver essas condições antes mesmo dos sintomas se manifestarem, o que
permite intervenções preventivas no momento certo.
A iniciativa, que foi
implementada inicialmente no Distrito Sanitário Oeste da capital, já demonstrou
resultados promissores. Por meio da análise de prontuários, mais de 7 mil
pessoas foram identificadas com algum nível de risco cardiovascular. Dentre
esses, 546 pacientes foram classificados como de alto risco, recebendo
prioridade no acesso aos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A utilização de
algoritmos de predição e inteligência artificial nos permite identificar, de
forma precoce, indivíduos que possuem maior probabilidade de desenvolver
doenças cardíacas graves”, afirmou o secretário de Saúde, Wilson Pollara. “Isso
nos possibilita direcionar esforços para uma abordagem preventiva mais eficaz,
reduzindo o impacto dessas condições na saúde da população”, complementa.
Identificação e
monitoramento
Após a identificação do
paciente com alto risco de estar ou de desenvolver uma doença cardíaca, a
secretaria passa para uma segunda etapa, ir até ele. Essa parte do trabalho é
feita pelos agentes comunitários de saúde, por meio da busca ativa. O processo
está no início, mas será gradativo, garantindo assim que as pessoas recebam o
acompanhamento necessário.
“Esse agente de saúde
visita os lares dentro de sua área de atuação e auxilia a família no
preenchimento de duas fichas: uma domiciliar e outra, individual. Na ficha
domiciliar, são registradas informações gerais, como as condições estruturais
da residência, o número de moradores e o responsável financeiro. Já na ficha
individual, são detalhados os hábitos de vida, padrões de alimentação, presença
de comorbidades, doenças crônicas, entre outras informações relevantes para a
saúde individual”, explica a superintendente de Gestão de Rede da SMS, Cynara
Mathias.
Em seguida, o paciente é
agendado para uma consulta com o clínico geral. “A partir dessas consultas,
precedidas por eletrocardiograma realizado na própria unidade de saúde, o clínico
geral avalia o nível de risco, classificando-o como baixo, médio ou alto, e
determina se é necessária uma atenção secundária ou terciária. Estamos
estabelecendo uma linha de cuidados para monitorar de perto esses pacientes”,
diz Cynara.
Desafogamento
O secretário ressalta que
os custos desse sistema preventivo são consideravelmente menores para os cofres
públicos. “Ao tratar os pacientes com medidas clínicas antes de um eventual
enfarto, evitamos a necessidade de procedimentos cirúrgicos”, aponta. Além
disso, Pollara acredita que essa iniciativa terá um impacto positivo no
atendimento da rede de saúde, aliviando sua sobrecarga. “Os pacientes serão
tratados de maneira mais simples nas unidades básicas, que possuem uma
capacidade de atendimento significativamente maior”, finaliza.
Foto e informações da Prefeitura de Goiânia.
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